Um pardal em Lisboa
O Rossio é um lugar onde a agitação de Lisboa parece pulsar sem descanso. Ao sentar-me na minha cadeira portátil com vista para a praça, sinto a vivacidade que me rodeia. Está uma tarde ensolarada, mas o vento, vindo do Tejo, traz uma frescura inesperada. Ao longe, o imponente Teatro Nacional D. Maria II ergue-se, silencioso e firme, como um observador solitário de toda a movimentação que ocorre dia após dia. Entre o tráfego e o som constante das conversas, há um momento em que o ruído parece acalmar-se. Dá para ouvir o cantar de um pardal, que repousa numa das árvores da praça. É um canto repetitivo e simples, mas, por algum motivo, consegue sobressair. Sinto-me em paz por um instante, até que o zumbido de uma mota a passar na rua quebra o encanto. O som é agudo, quase irritante, e passa com rapidez, mas o suficiente para me despertar. Ao meu lado, um casal de turistas está concentrado num mapa. Pela entoação das palavras e a dificuldade em entender-se com o nome das ruas, parece-me q