A varanda
Estou sentado na varanda da casa que sempre me chamou. Desconheço a razão.
O dia de verão nesta estação de inverno é um bálsamo que delicia o corpo.
A luz é clara, mas não convidativa a fotografias, não espelha a realidade das cores.
A pouca distância tenho a recuperada torre da igreja de Santa Clara.
Lá atrás, no porto do Funchal, está o Marella Discovery 2. Chegou ontem à noite de Fuerteventura e parte amanhã para La Gomera, quando tiver por companhia o Mein Schiff 5. Ambos são da Tui, embora o primeiro integre a frota da Marella Cruises, e seja dedicado ao mercado britânico, e o segundo pertence à Tui Cruises e é usado mais pelos turistas germânicos e dos países vizinhos.
O paquete que está atracado transporta 1.781 passageiros e 755 tripulantes. E daqui deste lugar privilegiado, a olho ju, vejo o convés superior repleto de viajantes. Pudera, com um som destes.
À minha volta sobressai o silêncio, quebrado aqui e ali pelo som suave dos automóveis e o indesejável ruído das tampas da estrada mal condicionadas, que emitem um som metálico estridente.
Ao fundo vejo os veleiros que saíram da marina pejados de turistas curiosos para ver golfinhos e baleias.
Agora passa um carro com um condutor a fazer questão de revelar a música trapichada que ouve.
O relógio da Sé marca 15h50.
Oiço vozes das crianças que brincam no Convento de Santa Clara.
O céu está azul. Só vejo nuvens lá atrás, nas montanhas. E são leves.
Vivo rodeado de espaços museológicos: o Convento de Santa Clara, a Casa-Museu Frederico de Freitas, o Museu de História Natural, o Museu de Ótica, o Museu Quinta das Cruzes e Universo de Memórias João Carlos Abreu, com coleções do ex-secretário regional de Turismo, um visionário e concretizador, responsável pelo surgimento e afirmação de cartazes turísticos como a Festa da Flor e o Carnaval.
Nenhum dos museus referidos está a mais de 100 metros.
Aqui sentado na minha cadeira permite-me comprovar que a terra é mesmo redonda. Os mais de seis palmos de linha de horizonte que vislumbro provam isso.
Olhando em frente tenho a ilusão do limite do mar que alcanço está mais alto que a minha casa que está a cerca de 400 a 500 metros do mar e a uma altitude de aproximadamente 100 metros.
As Desertas, que estão à minha esquerda, encontram-se quase apagadas pela neblina, o que é raro acontecer. Estas mesmas ilhas, apenas habitadas por vigilantes da natureza, são sinalizadoras da chuva para o dia seguinte, quando permitem ver o seu relevo com detalhe.
O sol continua a aquecer nesta varanda voltada para o mar, de onde continuo a ver guindastes das inúmeras obras, nove para ser exato, que tanto ofuscam a beleza desta cidade capital da ilha da Madeira, que se estende do mar à serra num imenso anfiteatro. O mesmo que permite a existência de uma passagem do ano única, com o fogo-de-artifício a surgir de todo o lado, inclusivamente do mar. Não é por acaso que as mais de 60 mil camas das unidades hoteleiras e do alojamento local ficam repletas com grande antecedência, nem a presença superior a 10 navios de cruzeiros que escalam o Funchal para proporcionar tamanho evento aos seus passageiros e tripulantes. O porto revela-se pequeno para os acolher e alguns têm de fundear, estrategicamente colocados.
Ausentei-me por algum tempo.
O icónico relógio da catedral acaba de bater as 5 badaladas que sabemos serem da tarde porque está de dia. O limite são 12 badaladas e não 24.
E o sino tocou por cinco vezes depois de quatro sequências de ding, dong, cada a marcar a passagem de 15 minutos.
O sol já não está tão intenso e começa a descer a Oeste.
No barco, o convés continua concorrido. Não noto diferença alguma. A verdade é que não percebo como é que numa ilha com tanto para ver estejam a apanhar sol a bordo. Enfim, são opções.
A luz para Este apresenta-se mais convidativa à fotografia. Talvez levante o drone a ver o que capto lá nas alturas, que não deve exceder 120 metros. Contudo, há aqui algumas incongruências pois os aparelhos militares parecem voar abaixo dessa altitude quando por aqui passam.
Olho para a serra. As nuvens dissiparam, apenas subsistindo uma mais escura sobre o campo de futebol do Nacional que tão má fama transmite da ilha pela sua localização sujeita a nevoeiros impeditivos de se realizarem algumas partidas, adiadas para datas posteriores.
Os barcos carregados de turistas estão a regressar à marina depois de cumprirem a última das duas saídas diárias que normalmente fazem. E são muitos, todos a fazerem os mesmos itinerários, evidenciando uma grande originalidade e diferenciação…
O relógio da Sé marca 15h50.
Oiço vozes das crianças que brincam no Convento de Santa Clara.
O céu está azul. Só vejo nuvens lá atrás, nas montanhas. E são leves.
Vivo rodeado de espaços museológicos: o Convento de Santa Clara, a Casa-Museu Frederico de Freitas, o Museu de História Natural, o Museu de Ótica, o Museu Quinta das Cruzes e Universo de Memórias João Carlos Abreu, com coleções do ex-secretário regional de Turismo, um visionário e concretizador, responsável pelo surgimento e afirmação de cartazes turísticos como a Festa da Flor e o Carnaval.
Nenhum dos museus referidos está a mais de 100 metros.
Aqui sentado na minha cadeira permite-me comprovar que a terra é mesmo redonda. Os mais de seis palmos de linha de horizonte que vislumbro provam isso.
Olhando em frente tenho a ilusão do limite do mar que alcanço está mais alto que a minha casa que está a cerca de 400 a 500 metros do mar e a uma altitude de aproximadamente 100 metros.
As Desertas, que estão à minha esquerda, encontram-se quase apagadas pela neblina, o que é raro acontecer. Estas mesmas ilhas, apenas habitadas por vigilantes da natureza, são sinalizadoras da chuva para o dia seguinte, quando permitem ver o seu relevo com detalhe.
O sol continua a aquecer nesta varanda voltada para o mar, de onde continuo a ver guindastes das inúmeras obras, nove para ser exato, que tanto ofuscam a beleza desta cidade capital da ilha da Madeira, que se estende do mar à serra num imenso anfiteatro. O mesmo que permite a existência de uma passagem do ano única, com o fogo-de-artifício a surgir de todo o lado, inclusivamente do mar. Não é por acaso que as mais de 60 mil camas das unidades hoteleiras e do alojamento local ficam repletas com grande antecedência, nem a presença superior a 10 navios de cruzeiros que escalam o Funchal para proporcionar tamanho evento aos seus passageiros e tripulantes. O porto revela-se pequeno para os acolher e alguns têm de fundear, estrategicamente colocados.
Ausentei-me por algum tempo.
O icónico relógio da catedral acaba de bater as 5 badaladas que sabemos serem da tarde porque está de dia. O limite são 12 badaladas e não 24.
E o sino tocou por cinco vezes depois de quatro sequências de ding, dong, cada a marcar a passagem de 15 minutos.
O sol já não está tão intenso e começa a descer a Oeste.
No barco, o convés continua concorrido. Não noto diferença alguma. A verdade é que não percebo como é que numa ilha com tanto para ver estejam a apanhar sol a bordo. Enfim, são opções.
A luz para Este apresenta-se mais convidativa à fotografia. Talvez levante o drone a ver o que capto lá nas alturas, que não deve exceder 120 metros. Contudo, há aqui algumas incongruências pois os aparelhos militares parecem voar abaixo dessa altitude quando por aqui passam.
Olho para a serra. As nuvens dissiparam, apenas subsistindo uma mais escura sobre o campo de futebol do Nacional que tão má fama transmite da ilha pela sua localização sujeita a nevoeiros impeditivos de se realizarem algumas partidas, adiadas para datas posteriores.
Os barcos carregados de turistas estão a regressar à marina depois de cumprirem a última das duas saídas diárias que normalmente fazem. E são muitos, todos a fazerem os mesmos itinerários, evidenciando uma grande originalidade e diferenciação…
Comentários
Enviar um comentário