Trocar a bola não chega Marítimo

📷  Paulo Camacho  📷

Não estava combinado ir ao futebol, neste sábado, dia 7 de outubro. Mas ofereceram-me uma entrada. Além disso, ia fazer companhia ao filho de um grande amigo meu que não podia ir ver o seu, o nosso Marítimo, por afazeres profissionais.
Lá fui, embora só o tivesse feito pela razão que expliquei.
No sábado anterior tinha tido a possibilidade de ver os meus dois clubes leões de eleição em Lisboa, e a ideia do fio de jogo da equipa madeirense não me convenceu. Trocava a bola, mas não passava disso. Não que o Sporting estivesse a fazer melhor do outro lado. Ganhou, é verdade, mas também não augurava nada de bom. Infelizmente, isso veio a comprovar-se este domingo ao ser goleado de forma humilhante em casa do Portimonense por 4-2. Mas isso, são outras contas.

Cheguei cedo ao Estádio do Marítimo, o novo estádio que surgiu no espaço do mítico "Caldeirão dos Barreiros" onde todas as equipas temiam entrar em campo para defrontar a mais gloriosa equipa insular.
As equipas ainda nem tinham entrado para aquecer.

Sentei-me confortavelmente no lado onde antes era o peão, mas que proporcionava a quem estava no lado oposto uma vista fantástica para a baía do Funchal. Hoje isso não se vê. Vemos mais bancadas.
Dei-me ao luxo de escolher o lugar que queria.

Entram as equipas para o aquecimento.
Do lado do Clube Sport Marítimo surgem primeiro os guarda-redes.
Mais tarde, vem a equipa toda que entra em campo com uma grande salva de palmas.
Já oleados, todos recolhem às cabines.

A equipa do Marítimo é anunciada um a um. Cada jogador é ovacionado. O público está com eles.

As três equipas entram no relvado para a partida. Se não estivesse a ver, pela voz que ecoa  no estádio apenas ali vinha o Marítimo. Olhei bem, e comprovei que vinha a nossa equipa, a do Guimarães e a de arbitragem. Enfim, fair play não fica mal.

Não demorou muito tempo até o jogo começar. Eram 18 horas.
Bola cá e bola lá e dá para ver que a equipa do norte está na Madeira sem qualquer receio. As ameaças avolumam-se.
O Marítimo vai trocando a bola, quando pode. E remata aqui e ali. Sem perigo.
Andamos nisto até que o Guimarães marca na Madeira. Uma equipa que por tradição perde em casa com o Marítimo. Nem queria acreditar.

Ouvem-se vozes a criticar as falhas de alguns jogadores da casa. Outros dão dicas como deveriam jogar, o que é normal no Marítimo. Tão depressa os adeptos começam com pancadinhas nas costas como rapidamente assobiam o mesmo jogador. Isto para não dizer outros nomes que não têm problema em chamar, independentemente de quem esteja perto.

Estava a ver que a coisa não ia correr bem. Vai daí, com muita pena minha, deixei o filho do meu amigo só no estádio, não que seja criança mas sim um jovem perto de fazer 20 anos. Disse que não estava mais para ver aquela vergonha e, pela primeira vez, saí do estádio antes do intervalo.

A segunda parte veio dar-me razão. Quando soube do resultado nem quis acreditar. O Marítimo que o locutor tinha relevado antes da partida pelos seus feitos, entre os quais o de ter sido campeão de Portugal em 1926, chegou a estar a perder, em casa, atente-se bem, por 0-3. vi mais tarde que conseguiu reduzir para 1-3, com um bonito remate, reconheço, mas isso não foi suficiente para evitar a grande humilhação.

Por isso, vi nos ecrãs, com normalidade, lenços brancos e ouvi assobios qno fim do jogo.
Embora costume ser frontalmente contra as chicotadas psicológicas, estou em crer que este treinador não consegue passar a mensagem para a equipa, que até tem bons valores, a começar pelo guarda-redes iraniano Amir Abedzadeh.

Devo dizer que já tinha ficado muito desapontado com a equipa na apresentação do plantel, a que se refere a fotografia que acompanha este texto.

Paulo Camacho

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